Se O amarem,
confiarem Nele, acreditarem Nele e O seguirem, vocês sentirão Seu amor e Sua
aprovação.
Um
repórter de uma importante revista do Brasil pesquisou a Igreja a fim de
preparar a publicação de um artigo de destaque. Ele analisou nossa
doutrina e visitou o Centro de Treinamento Missionário e o centro de auxílio
humanitário. Conversou com amigos da Igreja e com outros que não eram tão
favoráveis a ela. Na entrevista que fez comigo, o repórter parecia sinceramente
intrigado, ao perguntar: “Como é que alguém pode não considerá-los cristãos?”
Eu sabia que ele estava se referindo à Igreja, mas minha mente formulou a
pergunta de modo mais pessoal, e me questionei: “Será que minha vida reflete o
amor e a devoção que sinto pelo Salvador?”
Jesus
perguntou aos fariseus: “Que pensais vós do Cristo?” Na avaliação final, nosso
discipulado pessoal não será julgado por amigos nem inimigos. Em vez disso,
como Paulo disse: “Todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo”. Naquele
dia, a pergunta importante para cada um de nós será: “O que Cristo pensa de
mim?”
Mesmo com
Seu amor por toda a humanidade, Jesus referiu-Se de modo reprovador a alguns a
Seu redor, chamando-os de hipócritas, insensatos e praticantes da iniquidade. A outros, Ele
chamou com aprovação de filhos do reino e luz do mundo. Com
desaprovação, chamou alguns de cegos e infrutíferos; elogiou outros, chamando-os
de limpos de coração e ávidos por retidão. Lamentou que alguns fossem
incrédulos e do mundo, mas a outros considerou escolhidos, discípulos, amigos.
Portanto, cada um de nós deve perguntar: “O que Cristo pensa de mim?”
O
Presidente Thomas S. Monson disse
que nossos dias estão se afastando “das coisas espirituais (…) [com] os ventos
da mudança [soprando] a nosso redor e a fibra moral da sociedade [continuando]
a se desintegrar diante de nossos olhos”. É uma época de crescente descrença em
Cristo e desprezo em relação a Ele e Seus ensinamentos.
Nesse
ambiente turbulento, regozijamo-nos por ser discípulos de Jesus Cristo. Vemos a
mão do Senhor em toda a nossa volta. Nosso destino está lindamente traçado
diante de nós. Jesus orou, dizendo: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a
ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Ser um
discípulo nestes dias decisivos será um distintivo de honra por todas as
eternidades.
As
mensagens que ouvimos nesta conferência são marcos sinalizadores do Senhor em
nossa jornada do discipulado. Ao ouvirmos os discursos, nestes últimos dois
dias, e enquanto orávamos por orientação espiritual, e ao estudarmos e orarmos
a respeito das mensagens nos dias que virão, o Senhor vai abençoar-nos com uma
orientação personalizada por meio do dom do Espírito Santo. Esses sentimentos
nos dirigem cada vez mais a Deus, levando-nos a arrepender-nos, obedecer, crer
e confiar. O Salvador responde a nossos atos de fé. “Se alguém me ama, guardará
a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.”
O convite
de Jesus “vem, e segue-me” não é apenas para os que estão preparados para
competir em uma olimpíada espiritual. Na verdade, o discipulado não é de forma
alguma uma competição, mas um convite para todos. Nossa jornada do discipulado
não é uma corrida rápida na pista, nem se compara a uma longa maratona. Na
verdade, é uma migração ao longo de toda uma vida para um mundo mais celestial.
Seu
convite é uma conclamação a um dever diário. Jesus disse: “Se me amais, guardai
os meus mandamentos”. “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome
cada dia a sua cruz, e siga-me.” Talvez não estejamos em nossa melhor forma
todos os dias, mas se estivermos nos empenhando, o convite de Jesus está
repleto de incentivo e esperança: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e
oprimidos, e eu vos aliviarei”.
Onde quer
que estejam na estrada do discipulado, estão no caminho certo: o caminho que
conduz à vida eterna. Juntos podemos erguer e fortalecer uns aos outros nos
grandes e importantes dias que estão para vir. Sejam quais forem as
dificuldades que enfrentarmos, as fraquezas que nos restringirem ou as
impossibilidades que nos rodearem, tenhamos fé no Filho de Deus, que declarou:
“Tudo é possível ao que crê”.
Quero
compartilhar dois exemplos de discipulado em ação. O primeiro é da vida do Presidente Thomas S. Monson,
demonstrando o poder da simples bondade e do ensinamento de Jesus: “O maior
dentre vós será vosso servo”.
Há quase
vinte anos, o Presidente Monson falou em uma conferência geral sobre uma menina
de doze anos que estava com câncer. Contou a respeito da coragem dela e da
bondade de seus amigos que a carregaram até o alto do Monte Timpanogos, na
região central de Utah.
Há poucos
anos, conheci Jami Palmer Brinton e ouvi a história de uma perspectiva
diferente — a perspectiva do que o Presidente Monson tinha feito por ela.
Jami
conheceu o Presidente Monson em 1993, um dia depois de saber que um inchaço que
surgira em seu joelho direito era um câncer ósseo de rápido crescimento. Com a
ajuda do pai dela, o Presidente Monson deu-lhe uma bênção do sacerdócio,
prometendo: “Jesus estará a sua direita e a sua esquerda para erguê-la”.
“Ao
deixar a sala dele naquele dia”, contou Jami, “desatei um balão que estava
amarrado a minha cadeira de rodas e o dei para ele. ‘Você É o Máximo’, estava
escrito nele em letras brilhantes”.
Durante
seu tratamento de quimioterapia e a cirurgia para salvar-lhe a perna, o
Presidente Monson não se esqueceu dela. Jami disse: “O Presidente Monson foi um
exemplo do que significa ser um verdadeiro discípulo de Cristo. [Ele] me ergueu
da tristeza para uma grande e duradoura esperança”. Três anos após seu primeiro
encontro, Jami foi novamente à sala do Presidente Monson. No final da reunião,
ele fez algo que Jami jamais esqueceria. Da maneira prestativa que lhe é
característica, o Presidente Monson a surpreendeu com o mesmo balão que ela lhe
dera três anos antes. “Você É o Máximo!” proclamava o balão. Ele o guardara,
sabendo que ela voltaria a sua sala quando ficasse curada do câncer. Quatorze
anos depois de conhecer Jami, o Presidente Monson realizou o casamento dela com
Jason Brinton, no Templo de Salt Lake.
Podemos
aprender muito com o discipulado do Presidente Monson. Com frequência, ele
lembra as Autoridades Gerais a ter esta simples pergunta em mente: “O que Jesus
faria?”
Jesus disse
ao líder da sinagoga: “Não temas, crê somente”. O discipulado é acreditar
Nele nos momentos de paz e nos momentos difíceis, quando nossa dor e temor
somente são amenizados pela convicção de que Ele nos ama e cumpre Suas
promessas.
Recentemente,
conheci uma família que é um belo exemplo de como cremos Nele. Olgan e Soline
Saintelus, de Porto Príncipe, Haiti, contaram-me sua história.
Em 12 de
janeiro de 2010, Olgan estava no trabalho e Soline estava na Igreja, quando
ocorreu um terremoto devastador no Haiti. Seus três filhos, Gancci, de cinco
anos, Angie, de três anos, e Gansly, de um ano, estavam em seu apartamento com
uma amiga.
A
devastação foi terrível em toda parte. Como se lembram, dezenas de milhares
perderam a vida naquele mês de janeiro, no Haiti. Olgan e Soline correram o
mais rápido que puderam para seu apartamento a fim de procurar os filhos. O
prédio de três andares onde a família Saintelus morava tinha desmoronado.
As
crianças não puderam escapar. Nenhum trabalho de resgate seria efetuado em um
edifício tão completamente destruído.
Tanto
Olgan quanto Soline Saintelus tinham servido missão de tempo integral e
tinham-se selado no templo. Eles acreditavam no Salvador e em Suas promessas
para eles. Ainda assim, ficaram arrasados. Choraram incontrolavelmente.
Olgan me
disse que em sua hora mais tenebrosa, ele começou a orar: “Pai Celestial, se
for de Tua vontade e se houver apenas um de meus filhos vivo, por favor,
ajuda-nos”. Caminhou diversas vezes ao redor do edifício, orando por
inspiração. Os vizinhos tentaram consolá-lo e ajudá-lo a aceitar a perda de
seus filhos. Olgan continuou a caminhar em volta das ruínas do prédio desabado,
tendo esperança e orando. Então, algo extremamente milagroso aconteceu. Olgan
ouviu o quase inaudível choro de um bebê. Era o choro de seu bebê.
Por
horas, os vizinhos cavaram freneticamente os escombros, arriscando a própria
vida. Na escuridão da noite, em meio aos estridentes ruídos de martelos e
picaretas, a equipe de resgate ouviu outro som. Pararam de bater e escutaram.
Mal conseguiam acreditar no que ouviam. Era o som de um menino — e ele estava
cantando. Gancci, de cinco anos, contou mais tarde que sabia que o pai o
ouviria se ele cantasse. Sob o peso do concreto esmagador que mais tarde
resultaria na amputação de seu braço, Gancci estava cantando seu hino favorito:
“Sou um Filho de Deus”.
À medida
que as horas passavam, em meio à escuridão, a morte e o desespero de tantos
outros filhos e filhas preciosos de Deus no Haiti, a família Saintelus
presenciou um milagre. Gancci, Angie e Gansly foram encontrados vivos sob o
edifício em ruínas.
Os
milagres nem sempre são tão imediatos. Às vezes nos perguntamos por que o
milagre pelo qual oramos tão fervorosamente não acontece aqui e agora. Mas, se
confiarmos no Salvador, os milagres prometidos vão acontecer. Seja nesta vida
ou na próxima, tudo será acertado. O Salvador declarou: “Não se turbe o vosso
coração, nem se atemorize”. “No mundo tereis aflições, mas tende bom
ânimo, eu venci o mundo.”
Testifico
que se O amarem, confiarem Nele, acreditarem Nele e O seguirem, vocês sentirão
Seu amor e Sua aprovação. Ao perguntarem: “O que Cristo pensa de mim?” saberão
que são Seus discípulos. Vocês são Seus amigos. Por Sua graça, Ele fará por
vocês o que não podem fazer por si mesmos.
Aguardamos
ansiosamente os comentários finais de nosso amado profeta. O Presidente Thomas S. Monson foi
ordenado apóstolo do Senhor Jesus Cristo quando eu tinha doze anos de idade.
Por mais de 48 anos, tivemos a bênção de ouvi-lo prestar testemunho de Jesus
Cristo. Testifico que ele hoje é o apóstolo sênior do Salvador na Terra.
Com
grande amor e admiração pelos muitos discípulos de Jesus Cristo, que não são
membros desta Igreja, declaro humildemente que os anjos retornaram à Terra em
nossos dias. A Igreja de Jesus Cristo como Ele a estabeleceu no passado foi
restaurada, com o poder, as ordenanças e as bênçãos do céu. O Livro de Mórmon é
outro testamento de Jesus Cristo.
Testifico
que Jesus Cristo é o Salvador do mundo. Ele sofreu e morreu por nossos pecados
e ressuscitou no terceiro dia. Ele ressuscitou. Em um dia futuro, todo joelho
se dobrará e toda língua confessará que Ele é o Cristo. Naquele dia, nossa
preocupação não há de ser: “Será que os outros me consideram cristão?” Naquele
momento, nossos olhos estarão fitos Nele e nossa alma estará fixa na pergunta:
“O que Cristo pensa de mim?” Ele vive. Presto testemunho disso em nome de Jesus
Cristo. Amém.
ÉLDER NEIL L. ANDERSEN
Do Quórum dos Doze
Apóstolos
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